NAMORO
Procurei, não o teu olhar,
mas a tua atenção.
Baixei os olhos,
fixei-os no chão.
Não queria me mostrar,
nem revelar nada
que me pudesse
fragilizar.
Mas quem se apaixona
expõe o peito
e mostra o maior defeito
de se ser humano:
ser metade,
estar sempre precisando
de um outro que o olhe
e o vigie com candura.
E assim começou esse namoro:
fragilidade exposta,
acolhimento,
resposta
e sofrimento.
Namoro: ensaio
para uma vida inteira
de revelações.