NAMORO

Procurei, não o teu olhar,

mas a tua atenção.

Baixei os olhos,

fixei-os no chão.

Não queria me mostrar,

nem revelar nada

que me pudesse

fragilizar.

Mas quem se apaixona

expõe o peito

e mostra o maior defeito

de se ser humano:

ser metade,

estar sempre precisando

de um outro que o olhe

e o vigie com candura.

E assim começou esse namoro:

fragilidade exposta,

acolhimento,

resposta

e sofrimento.

Namoro: ensaio

para uma vida inteira

de revelações.

Wanda Maia
Enviado por Wanda Maia em 06/06/2007
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