meu poeta
Nunca foi tão fácil pensar amor
numa manhã de segunda-feira
e embora ainda seja Agosto
eu rasquei páginas do calendário
para sentir Setembro
Minha ansiedade por você
é escancarada como o meu coração
E agora caminhando pela alameda
tudo tem gosto de novidade
Livre poesia é a folha que ninguém nota
mas que não passa despercebida pelo vento
Eu queria correr e adiantar o tempo
para logo encontrar tuas letras
e deliciar-me retina a retina
Mas os cata ventos me boicotam
eles querem bem mais que o dia ou à noite
Eu costumava criar rimas na infância
e assim o tempo e as palavras ritmavam ventania
os cata ventos precisam saber que os tempos são outros
Me sinto leve ou talvez eu flutue
não sei ao certo explicar o extraordinário
Protejo em minhas mãos o livro desejado
por revelar a bússola que me norteia
com todas as anotações e garatujas possíveis
Saúdam-me no caminho
cotovias imaginárias e andorinhas surreais
crisálidas que enfeitam arbustos como promessas
rastros de chuva da madrugada passada
e os veículos que se revelam num sussurro
(...)
Um carro buzina feito abelha enfurecida
e do transe de tanto pensar em ti
acordo no cruzamento das ruas
em pleno sinal vermelho...
(6 de setembro de 2011)