DAL
Hoje é meu aniversário
O tempo meu berçário
Vejo-me envelhecendo
E todos comemorando meu adversário
Tempo, tempo, tempo...
Onde andas
Sempre nos encontrando nas esquinas
Nas sentinas
Sinto-me solitário
Disperso em versos
Onde andam minhas pegadas
Onde se escondem as rugas
Onde estão escondidas
As células de minha juventude?
Antes que eu me mude de mim
Antes que me vicejem serafins
Quem sou?
Quem sua em sua samaúma
Quem tempera tua boca com hálito quente
Quem se insinua em meus despojos
Jogo de palavras
Índigos bustos
Me devoram e a luz me ilude
Me esboroam incandescente
Quem dera fosse eu
Teus olhos, juventude.