Altar e Sacrifício

Você entrou em minha vida
E pôs em ordens os meus mundos,
Com sonhos tão profundos,
Ante aos meus tão fecundos.
 
Um não sei o que, ou talvez saiba,
Uma alquimia, um não poder,
Frase a frase e não desvendo
Seu sublime Ser.
 
Se a brisa toca em mim sinto te ter,
Mordo levemente os meus lábios,
Você é o mar, você é as palavras.
Você é a paz. Diz-me o que não é você?
 
Sinto seus pensamentos
Pairando sobre o meu Ser,
Vejo-os intensos, continuidades,
Dilacerando o meu viver.
 
O “Não” esmaga o meu Eu dizendo:
“Olhe, porém, não toques”
“imagine, mas não deseje”
Queira e não terás... É tão difícil!
 
Se eu morrer de amor em seus braços,
 Frágil e no meu limite,
Peço-te, por favor,
Não me ressuscite.
 
Penso que a vida impõe as regras,
Mas usa artifícios.
Pois agora tu és o altar
E eu o sacrifício.