PRESSÁGIO
Envolvida na brisa suave do entardecer
Adormeci com o embalo da rede
Entre flashes de devaneios e realidade
O surpreendente acontecia
Acordei a chorar
Calafrios no corpo quente
Um pressentimento anormal
Um ruído estrépito
No silêncio de final de tarde
Alguém predizia um fato a sussurrar
Procurei escutar com exatidão
Mas o som ensurdecia a voz e não permitia
Premonição ou realidade
Devaneios que não aconteciam
Presságio entre o sonhar e acordar
Sentia-me inerte
Intrusa naquele instante
Será que estava a sonhar!
Ouvi a porta levemente fechar
Corri desesperadamente pra te encontrar
E no quarto não consegui achar
Abri armários e tudo vazio
Deduzi que os sonhos eram reais
Na escrivaninha um bilhete dizia
Nada mais resta até um dia
Envolvi-me por um imenso vazio
E acordei de verdade
Não era presságio e sim realidade.
ELISABETE LEITE – 28/02/2015