Novembro
Acho que perdi o tom
A rima saiu de mim
Larguei fora o timbre doce som
Nas pétalas mortas desse teu jardim
Que lástima é lembrar a cor
O soar dos seus dedos em mim
Que em acordes cantavam minh'alma
Ecoando, livre e afinada, nesse azul sem fim
Flor de Lis, botão nascente
Que desabrocha nesse Novembro congelado
Pelo teu perfume me apaixono novamente
Sonhando, torpe, em estar ao seu lado
E como raio de sol vistes cortando as nuvens
Espantando a névoa e alvorando meu jardim
Que da dor cinza se despede contento
Ao dançar com tuas cores, flores, gravadas em mim.