A palavra que falta
Quiçá haja uns neologismos dormindo,
esperando um gênio que os desperte;
Que fundam o sublime, o hígido ao lindo
que o mui sensível poeta os descobrindo,
dê-lhes devidas asas, não fiquem inertes...
É que o amor chega a certo momento,
Em que as palavras fraquejam é verdade;
Cruzam a periferia e ignoram o centro,
Inúteis como uma previsão do tempo,
Quando estamos em plena tempestade...
Mesmo repetidas gastas, reativamos cada,
Signos, mímicas, dado que, dizer, não sei;
Estou a espera da que há de ser inventada,
Pois, todas as que sei, não dizem mais nada,
Repeti-las, vã empreitada; pronto, não falei...