Meu rosto
Eu não sei d'onde esse rosto achega
E nem da tristeza que desses olhos o molde fizeste
Do nobre cipreste de tanta graça e leveza
Da tenra beleza do quasar a formar no celeste
Da verve excelente de Dos Anjos, Volkow e Neruda
De tantas clausuras, da liberdade palpável
Do amor inegável, no mostrar da ternura
E da boa ventura de um dia agradável
A palavra louvável no catre vazio
Do gesto macio que vigora recanto invisível
Desse poeta sensível de algum agir arredio
De um mero arrepio, do nosso amor invencível
Eu não sei d'onde esse rosto achega
Mas já descobri à quem esse rosto deseja... Você!