Regaço de nuvem
Não é verdade que estou só
Estou solidão não de ausências
Envolto em coisas, papeis velhos,
Livros, relógios, porta, saída e volta.
Fiz-me no regaço de nuvem,
Na substancia comum da solidão
Vou sozinho no regaço de ilhas,
Sem som nem palavras, arcanjo.
Menino de saudades e auroras
E nestas asas ligeiras e velhas,
Verbo de pensamentos de não dizer
Nunca um verso do esquecer,
Mas lembranças da cama amiga
De aço e espaços vazios.
Raí nonato