Minha Menina
Minha menina,
Hoje percebo o quanto cresceu, amadureceu, sobreviveu
Sobreviveu as tuas lutas internas, sofridas, perdidas.
Encontrei-te no meio de um turbilhão, meu e teu
Em conversas inexistentes, realidades distorcidas
Buscávamos o mesmo caminho, o mesmo porto seguro
No qual se fazia no seu abraço tímido e inseguro no meio de tantos outros
Entre tantas noites em claro te buscando
Trouxe pra mim a tua ira, teu amor, teu carinho arisco, teu beijo ardente, teu batom vermelho.
Me arrisquei quando não mais esperança eu tinha,
Tua imagem tornou-se meu doce Van Gogh, a valiosa Tarsila do Amaral
O céu de Michelangelo, o meu céu embriagado de blues.
Crescemos! Quando foi que cresci tanto? Não lembro, mas cresci por ti.
Segura a minha mão quando eu cair, minha condição permite altos e baixos,
Perdoe minha pobre condição, ame meu despedaçado coração que te pertence.
Espere-me no fim do dia no nosso aconchego e conte suas novas aventuras
Suas grandes descobertas, suas falhas e deslizes.
Conte-me sobre o seu dia e suas conquistas,
Compartilha comigo o teu sorriso de criança enquanto sussurra sobre seu autor preferido.
Conte comigo, segura minha mão e me leva sempre aonde for.