Mito das Almas Gêmeas
Das areias do tempo, nasceram dois belos diamantes
Metades separadas de uma joia jamais criada antes
Com brilho escondido por camadas a serem lapidadas
Pela vida, vento e pelo percurso de suas estradas.
Inseridos em regiões distantes, quase opostas
Contaminados pela sede de sabedoria e de respostas
Incomodados por uma persistente sensação de vazio
Encarando cada passo como um novo desafio.
Incessantemente atraídos por um ímã invisível
Uma sensação latente , absolutamente inexprimível
Superando paixões instantâneas e prazeres fugazes
Procurando setas invisíveis ou etéreos cartazes.
Olhares permanentemente atentos em meio a multidão
Sem saber o que pesquisar com a limitada visão
Talvez uma perfume, uma sensação ou mesmo uma voz
Algo intenso, profundo e indescritivelmente feroz.
Uma busca no escuro, sem qualquer pista clara
Por alguma coisa única e extremamente rara
Com a certeza de não ter dúvidas quando encontrar
Mesmo sem medir ou testar as duas partes irão se encaixar.
Sem espaços, brechas, frestas ou hiatos
singulares, além e aquém de razões ou fatos
Revivendo o mito ao qual foram destinados
O Amor, feito dos amantes novamente unificados.