Derrama-se .

Ao se encher de glória , derrama-se o próprio cálice .

Deixa o sabor ir , onde não pode se chegar a tomar .

Sacrifica-se por si , dia a dia , dizendo o que jamais se

acobertou em valor , sem saber separar os algarismos .

Cobre-se tudo , em seu próprio embebedar , sem voltar ;

Deslumbra os céus e jamais percorreu suas horas a sós ?

Deixa dizer , por onde se obtém todo seu ardor juvenil a

amada espada de valor , sem o corte da veia principal de ti ?

Esconde-se por nada , estilhaça o peito nu protegendo as

rosas dos pincéis por deixarem a vida a fantasiar , tantos os

dias , com a esperança indurada de olharem as mãos cruéis .

Alinho e desatino acontecem , figuram se aparecem sem verem ?

Ao viver , escondem as reais parábolas feitas deixando a sós a

um provérbio criado , sem obstinarem o que se correm aos olhos .

Ednaldo Santos
Enviado por Ednaldo Santos em 18/02/2015
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