Derrama-se .
Ao se encher de glória , derrama-se o próprio cálice .
Deixa o sabor ir , onde não pode se chegar a tomar .
Sacrifica-se por si , dia a dia , dizendo o que jamais se
acobertou em valor , sem saber separar os algarismos .
Cobre-se tudo , em seu próprio embebedar , sem voltar ;
Deslumbra os céus e jamais percorreu suas horas a sós ?
Deixa dizer , por onde se obtém todo seu ardor juvenil a
amada espada de valor , sem o corte da veia principal de ti ?
Esconde-se por nada , estilhaça o peito nu protegendo as
rosas dos pincéis por deixarem a vida a fantasiar , tantos os
dias , com a esperança indurada de olharem as mãos cruéis .
Alinho e desatino acontecem , figuram se aparecem sem verem ?
Ao viver , escondem as reais parábolas feitas deixando a sós a
um provérbio criado , sem obstinarem o que se correm aos olhos .