PERFIS DE TI


Subindo à altura do possível, guardado
no ventre do arranha-céu central,
o sonho revela, em novelos desfeitos,
a ligeira sombra do sorriso, em si.

Dissipando doces brumas,
o sutil amanhecer vem,
delineia telhados úmidos.
Perfeitas luzes varam frestas,
rompem cruzes e vitrais;
lá compõem perfis de ti.

Negando à selva, a ruptura
da vergonha impossível,
cria-se o rubor do efeito.
Ao primeiro susto, calada
fui: De improviso, parti.

Supondo verdadeira, avisto
a face da amargura além;
ajusta-se o foco da certeza.
Bem pouco resisto e proclamo,
presente a confiança, cedi.