Felina

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Felina

Que cabelos são esses

que me escorrem pelas mãos?

Feitiços de bem-querença, sinais de mansidão.

Esses olhos sedentos, são desejos incontidos,

ou insídias de felina incorporadas em mulher?

Quando toco teus cabelos;

quando miro teu olhar.

Sinto-me tão frágil e entregue

que tenho ímpetos de voar.

Lembro que sou homem e não anjo,

arrebatado por um corpo que me quer.

Que lindos seios tens, doce menina!

Estão encobertos,

mas tenho o poder de desnudá-los.

É uma força tão forte e minha que consigo,

acredite, até tocá-los!

Se pudesses imaginar o que agora,

que pensamento me invade o inconsciente;

Ficarias tão feliz e contente;

arrepiada e demente,

que suspirarias, sem demora.

Estamos longe, distantes...

Seríamos amantes?

Se o fôssemos, de que tipo,

em que circunstâncias?

Ah, Menina! Não afugentes a discordância.

Se assim o fizeres,

esquecerei que um dia

vi em ti uma menina e não uma mulher!

E isso é mau, aceitarias?

Fortaleza, 02 de fevereiro de 2002.