Placas

Ela subia a rua

morro íngreme e o sol

posto ao céu atoando de forma escaldante em sua testa escorria o seu suor

a sede apoderava lhe dos seus pensamentos.

Foi quando viu um placa

que lhe intrigou tanto que

no mesmo lugar que estava parou e não mais andou

na placa havia os dizeres

"Vendo amor".

A sede que até segundo atrás era senhoria do campo

dos seus pensamentos, se afugentava rapidamente

vendo amor ela repetia vez após vez,buscando um sentido palpável para aquilo

tal como um guri correr atrás de uma pipa solta no ar esquecendo o mundo ao seu redor enquanto os seus olhos e pernas perseguem a pipa.

- Estaria ali vendendo amor?

Como poderia se esse não se compra pois nem ao menos distinguir o momento exato quando esse nascer, crescer e morre. ..

A morte no amor só a percebemos tempos depois do acontecido,o que era alegre e florido se torna tudo opaco e sem cor,cada um tem a sua forma de tentar explicar o findar de um amor quando isso se dar aquele que perdeu já nem mais sente dor, deixando toda essa para o outro que ficou "órfão" daquele amor,abraçado pelos braços da rejeição e abandono.

C.A.MARTINS