Sonho da Tormenta de Rosas
Era uma manhã de quinta-feira,
O milagre da ressurreição ocorria
Enquanto o sol aparecia,
Trazendo novamente vida aos dias comuns.
Levantei da cama sem um sorriso,
Sem um "bom dia",
Ainda bêbado de sono,
Levemente adormecido me pus de pé...
Meus olhos quase despertos,
Minha visão borrada,
Calcei os chinelos
E fui em direção ao som que me despertara.
Ouvia um som de ventos circulantes,
Como as notas cortantes
De uma harpa, porém mais silenciosos,
Menos audaciosos,
O som parecia simplesmente não existir...
Eles me guiaram até o jardim...
Indo em direção a porta,
O som ficava mais distante...
Quase desaparecendo,
Porém ecoava de forma sutil,
Viajando pelo ar e refletido sendo
Pelas paredes de madeira,
Tomando conta do ambiente...
Ao abrir a porta um estrondo me ensurdeceu,
Um brilho claro...
Minha visão temporariamente escureceu,
Um doce aroma de rosas tomou conta do ar...
A brisa sonora agora me conduzia...
Algo lá fora chamava por mim...
Algo que guiou-me cegamente até o jardim...
Ao chegar, me surpreendi...
O mesmo estava morto,
Em preto e branco,
Como nunca antes o vi...
Apenas um ponto vermelho,
No canto esquerdo,
Que refletia nas gotas de orvalho
Que a noite fria chorou sobre o mesmo...
A refração do vermelho
Sobre as folhas mortas...
Era simplesmente encantadora...
Aquela simples flor me chamava,
Como se tivesse algo a me contar...
Eu hesitava a tocar,
Extasiado por sua beleza divina...
Em um milésimo de fraqueza
Meus dedos se esticaram,
O medo deixei de lado,
A insegurança e a incerteza,
Eu não temia mais nada,
Então
Toquei-a com minha mão direita,
Como se fosse o rosto de minha amada...
No mesmo instante
Senti minha mente desvanecer...
Uma poderosa rajada de vento
Rodeou aquele momento...
O céu escureceu,
O jardim estremeceu,
Não conseguia sentir meus pés
Enquanto uma tormenta de pétalas vermelhas
Invadiam o lugar...
As pétalas iluminaram a noite,
O céu que estara a escurecer,
O brilho rubro,
O forte aroma,
O amor simplesmente invadiu meu ser...
Então finalmente abri meus olhos...
A mão estendida estava em seu rosto,
Meu corpo estremecia por dentro
Enquanto minha esperança latente
Vazava por dentre meus dedos...
Pude vê-lá sorrir...
Seu vestido vermelho dançava com o vento,
Meu coração batia acelerado,
Sedento pelo beijo molhado
Que apenas ela podia prover...
Nossos lábios se tocaram,
Nossas almas se abraçaram,
Fusão perfeita de amor e querer
Que tomou conta do meu ser
E me tomou por completo...
Nossos corações batiam em sincronia,
Nossas almas juntas em sintonia,
Como o destino concreto,
A profecia que se cumpria,
A união lentamente me adormecia...
Horas depois acordei em minha cama,
O milagre da ressurreição ocorria
Enquanto o sol aparecia,
Trazendo novamente vida aos dias comuns.
Levantei da cama sem um sorriso,
Sem um "bom dia",
Mas ao me por de pé,
Algo me fez sorrir,
Feliz por inteiro...
Me deparei com uma pétala
De rosa vermelha sobre meu travesseiro...
05/02/2015