Demasiadamente Inverno
Um dia sou poesia,
Outro dia vestígios,
Papeis em vogais enrugadas,
Hoje uma madeira velha,
Cuja sombra cria raízes
Amanhã, amante, moldando.
Cachos e orvalhos de ossos
Agora, um grão frio no terremoto,
Glaciais palavras calcinadas
Na calçada insalubre.
Neste instante sou fome
E cereal de trigo silvestre,
Um licor demasiadamente
Inverno fendido no coração.
Raí nonato- 13/02/2015