Nau do insano II - inserção poetica Maricell - Zumaia
Inserção poética
António Zumaia / Maricell
Nau do Insano II
António Zumaia
Oh! Da Gávea olha-me bem esse MAR...
Verifica se está pleno de rosas.
Que no seu dengoso cantar,
Escolha as canções mais formosas...
O teu capitão hoje vai amar .
Escolhe o vinho e taça preciosa
Rósea nuvem para acoitar
A deusa mais doce e formosa...
Arria as velas, quero a sua luz,
Vai haver amor na nau do insano...
Teu corpo lindo... há muito me seduz.
Ela se entrega... e sem desengano,
Meu corpo e alma, ela conduz
E há amor... divino e profano.
E nesta luta de deuses, divina
Tenho teu corpo esplendoroso de menina...
No êxtase... nada para mim foi humano,
Ergamos ao céu... a Nau do Insano .
Sines – Portugal
22.05.03
Nau do Insano II
Réplica de Maricell
Insano coração que tanto amou um dia
Que me pensou apenas calmaria
Que me sentiu apenas calmo mar.
Que não viu meu céu em tempestades
Nem as altas ondas de saudades
Que de meus olhos ficaram a rolar.
Insano amor que tive por um dia
En nau insana, agora nau vazia
Daquele amor que ensandeceu meu coração
Capitão de nau que em mar de rosas amei
Amor que em taças de cristal brindei
Amor que embriagou-me de paixão.
Taças vazias de amor agora são
Somente a dor as enche e a saudade
É o vinho que embriaga minha dor
Neste mar que outrora foi só felicidade.
Nau do insano! Insana nau de dor
De insano amor ao qual me entreguei
Hoje sozinha brindo a dor do amor
Como há tempo nesta nau o amor brindei.
Quero de ti partir e me partir em ti
Sobraçar contigo e me afogar no mar
Neste mar que um dia viu o meu sorrir
Neste mar que ouviu um dia meu cantar.
Que as ondas do mar me levem para abismos
Que Posseidon me receba em seus braços
Quero esquecer enfim a nau do insano
E apagar de mim todos teus traços.
E no azul das ondas onde viverei
Tua ausência será a maior dor
A dor de viver eternamente
A buscar neste mar onde tanto naveguei
A nau do insano, a insana nau do amor.
Maricell
Bauru -São Paulo
maio 2003