NÃO MORRE A TERNURA

Antes que a tristeza na alma aterrisse,
antes que esse amor me leve a loucura,
preciso bem rápido esquecer essa tolice,
preciso me livrar dessa desventura.
Como queria que a vida isso excluisse
como queria fugir dessa escravatura.
Sair em romaria
viajar com a ventania
fugir na noite escura.

Queria que esse amor de mim fugisse
que tirasse do meu viver essa negrura,
quem sabe, se para bem longe partisse
e colocasse essa saudade na clausura.
Se pelo menos algo por mim nutrisse
podia sonhar com uma chance futura.
Nada fica em sinfonia
até as rimas da poesia
essa saudade censura.

Se esquece la algum dia conseguisse
queria comemorar muito essa bravura
seria como se a vida novamente sorrise
me libertando e me tirando a armadura.
Não vou esquece la, nem na velhice
se já me acostumei com essa tortura.
Não adianta rebeldia
já conheço a profecia
não morre a ternura.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 07/02/2015
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