Guarida

Nas plumas do anoitecer

Os calados sopram suas notas

Por infernos ou paraísos silenciosos.

Às vezes o cálice pede carona

Por letras tortas, versos à margem,

Voando descalços, saudades.

Os sinos cantadores, cantam,

O sol se vai à terra dos kimonos,

À voz, não ouço, entoa a canção.

Velas ao norte, pena à folha

Quiçá tímida a letra debruçando-se

Como pérolas sobre o colo, gentil.

As palavras vestem vermelho

Como o xale esvoaçando, guarida

Da melancolia, d’amor, alma.

04/02/2015

Porto Alegre - RS