A ROSA DERRAMOU LÁGRIMAS
Nasceu bonita, pétalas macias,
cor vermelha paixão dos enamorados,
como se fosse o sol se despedindo,
no entardecer sereno,
bem atrás dos montes,
quando adquire tonalidades tão rubras.
Bem regada no lindo jardim,
pelo cuidadoso jardineiro,
tinha o propósito de ser colhida,
pela criancinha toda risonha,
que tiraria suas pétalas,
para que a brisa viesse buscar,
e depois espalhar todo seu perfume.
Queria ser também colhida,
por um jovem enamorado,
que num auge do encantamento,
brindaria sua amada com a linda flor,
vermelha rubra a cor dos amantes,
e depois tudo se selaria num beijo prolongado,
mostrando que ali existia um amor de verdade.
Esperou, esperou, suportou o sol causticante,
o frio da noite que feria seu caule,
e até a chuva ausente que ressequia a terra,
já notando a palidez de suas pétalas,
que não tinham mais o vigor quando se abriu,
do botão fechado que queria guardar seus segredos.
Até que num dia onde o sol se ausentou,
e não aquecia suas pétalas na aurora tão triste,
derramou lágrimas por não ter sido notada,
nem pela criancinha que poderia tirar-lhe do caule,
muito menos pelo jovem para presentear a namorada,
e seu jardineiro tão cuidadoso se afastou também.