CONSCIÊNCIA ETÉREA

Levaste meu caixão até a última morada,

Meu sangue coagulado parecia apodrecido,

Mas em meu coração de cadáver hei vivido

Os derradeiros instantes de alma enamorada.

Puseste alegres flores sobre meu sepulcro

E em cada pétala uma lágrima de saudade,

Em meu sono eterno só algo será verdade:

Ser alimento de vermes e sofrer assaz estupro.

Meu corpo padeceu... na consciência há vida

E se pensas tu que meu féretro foi despedida

É que não sabes que infinito é ninho de amor...

Leva à minha campa sempre tua linda presença,

Meu pensamento é um olhar que não dispensa

Ver teu vulto e tua sombra cultivando tua flor!

De Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 30/01/2015
Código do texto: T5120415
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