Vim-te na rua a passar
Naquelas horas vespertinas te vim a passar
Estavas tão bonita, beldade sem contraste
Te segui, pedi-te para te acompanhar
Não disseste sim ou não apenas gracejaste
Fiquei perplexo num sim e um não de duvidar
Ergui o peito, com ar de um afoite, talvez notaste
Consegui! Sim, consegui! Parecia que estava a sonhar
Tanta felicidade que encravei a bandeira no haste.
Quis saber se estavas bem, disseste que sim
Tivemos uma conversa meio efémera, querubim
Efémera porque já tinha chegado à casa
Ai de mim, não será dessa vez que a ti me liberto.
Regressei cabisbaixo como ave que quebrou a asa
Oh, essa coisa de vivermos perto tão perto.
Marllon Neves