Ninguém sabe!
Ninguém sabe!
Ninguém sabe quantas horas quebradas trago dentro do peito, quantos relógios sem pilhas, desertos arenosos mergulhados nas areias movediças dos meus pensamentos, quantos erros, quais são os cadernos com folhas rasgadas que transporto comigo, mutilados pelos rabiscos emaranhados do chorar das lágrimas.
Não, ninguém sabe.
Ninguém ouve o canto das cigarras que trago no interior do meu corpo.Nem os maremotos de saudades pelas almas perdidas. Ninguém almeja os meus sonhos vendidos, os meus olhos fechados e a minha alma vazia no silêncio desta noite que chega sem avisar que vai acabar com o sol a nascer .
Misturámos tantas cores nesta distância, que hoje nada vejo para além do branco e preto, e do cinzento envelhecido que hoje guardo dentro do meu olhar.