AGOSTO NA ARTE DO AMOR

AGOSTO NA ARTE DO AMOR

Agosto

Os ipês tocavam o céu, como estrelas manhãs.

E tapetes amarelos descansavam nas calçadas

Esperando a primavera ainda em ruas frias

Acordei dizendo: Quero-te!

E olhaste para mim ainda nua

Numa eternidade de uma era

E de sua boca, em um minuto,

Decifraste-me dizendo

Que eu era Surreal.

Desde então, incorporei Picasso...

Sendo a mulher das lágrimas.

Sangrando em tela viva

Andar ilha ficou nos meses de agosto

E em desgosto, sentava nos tapetes pincelados

Ou como a mulher de Rodin

À porta do Inferno ...

Chorando por ter sido assim,

Regando com meus olhos

Os girassóis de Van Gogh

Ou retalhos cubistas ou em pontilhismo,

A minha vida.

Parei em Dali,

Com o relógio já se desmanchando e sem hora,

Dando o grito de Munch,

Mas a pomba da paz voava...

E percebi, então, que fui um Amor Primitivo,

Ou Naïfi em teus pensamentos, em galerias...

Na “arte dos sonhos” de tua vida...

Cintia Thome

Faz parte do livro da autora Cíntia Thomé - OLHOS DE FOLHA MINHA

pela livraria Saraiva

Direitos Autorais Registrados

Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 03/06/2007
Reeditado em 02/06/2008
Código do texto: T511975
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