SEM REACAO
Do misterio doce, oculto
sob sua pele mansa nada sei.
Entrego-me ao vulto
que me persegue, me alcanca
e que a seus bracos me lanca
numa danca branda que sonhei.
Verdes olhos em mira
que dos meus extraem o mel,
que dos ceus refletem os seus
que no espelho me prendem a Deus...
que cravam estilhacos
no choque de entrelacos
em que me coracao se abateu.
No toque sutil e eletrico
no veludo de seus dedos
o canto sublime, poetico,
envolve o delirio frenetico
consome a pasmos e medos
que minha alma esqueceu.
Lisa e meiga ingenuidade
que envolve a presa ao seus olhar,
calada, ao calor me acorrenta
e calado meu amor aumenta
quando rouba-me a verdade
para que eu nao possa acreditar.
E de tantos passeios no levitar
perdi-me em formas de devaneios
entreguei-me a ofegante fadiga
de extremas loucuras e anseios
ate que pudesse lhe encontrar.