O Nada Por Tudo

Sei que posso estar meio atordoado

Meu medo e anseios estão descontrolados

E o topo de tudo parece estar tão longe,

Mas me vejo como o vento

Que sobe ladeira acima

Onde as pontes querem me derrubar.

Pobres criaturas inanimadas

Não ultrapassam as barreiras dos meus pensamentos

E somem...

Dissolvem-se num segundo

Num instante em que me pego sorrindo

Da tranquila noite que me condena

Sua tranquilidade pacifica-me,

Mas a paz enfurece.

Empreendo a fúria no vazio

Enquanto tudo que já não espera

De mim não consegue nada

E o nada por tudo

Não consegue o nada

Não consegue o tudo

Ou conquista o nada

E esquece-se do tudo

Arrisco a cortar a veia

Que pulsa em seu mistério

O coração que acelera

Bombeia a vida sem sentido

E o jorro do sangue escondido

Disfarça a dor de quem ama

Sem ser amado

David Pimentel
Enviado por David Pimentel em 25/01/2015
Código do texto: T5113921
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