AO ENTARDECER ETERNAMENTE...

Na vida só e, bem mais só do que sozinho

Eu vou seguindo assim... Um pobre peregrino

Que traz a sede à boca e leva olhar arminho

Na pura busca sua sou um só menino...

Que leva na bagagem, verde a esperança

Por entre bugigangas deste homem antigo

É tenro velho sonho meu do ser criança

Um acalanto único, fazendo abrigo...

De um dia de manhã na aurora ensolarada

Eu possa antes de acordar com a brisa vindo

Sentir em pétalas a rosa delicada

Das suas mãos em minha face e eu dormindo...

Vem...

Vem me cantar uma canção pra me ninar

O vento em mim me faz sentir você chegar

E tudo mais não tem razão pra existir

Mas, só existe pois você está aqui...

E bem depois serei eu, despertando, seu

Como as manhãs fazendo pouco a pouco o dia

Você vai sendo em mim a luz que reacendeu

Na escuridão, da ausência sua que havia...

E assim jamais me apartarei da sua sombra

Eu juntarei meu corpo ao seu solenemente...

Nos últimos caminhos nós por sobre alfombras

Deitados ao entardecer eternamente...

Autor: André Pinheiro

25/01/2015