EFÊMERA MOCIDADE
Quantos serão os teus dias de mocidade!
Por que te enalteces em frívola levidão?
Hoje, donzela, te primazias na vanidade,
Amanhã o declínio... tua pasma repulsão.
Terás um fim esta beleza em raridade,
Sequer não sabes que aportas a solidão;
O ar que tu respiras só será de saudade,
Presente, passado, fututo... farta ilusão!
O espelho será o teu melhor conselheiro,
Vai... pedes-lhe minudenciada explicação;
Não vês que nesta vida tudo é passageiro,
Reduto do supérfluo de toda a presunção.
Rugas em teu rosto, teu aziago em aneiro
Renuncias, ó mulher, à tanta ostentação!
Riva. 042