A CURVA DOS TEUS OLHOS
Inspirado livremente no poema homónimo de Paul Eluard
A volta dos teus olhos sobre mim
Faz um festim de alegria e meiguice,
Gentil dossel onde durmo e me delicio,
Ali recordo laivos do passado,
Infelizes dias até te conhecer.
Folhas de outono, vermelho ocre de ferrugem,
Caules de brisas, odores perfumados,
Raios de luz florindo o mundo inteiro,
Naus celestes pairando sobre o mar,
Captando sons e cores inebriantes.
Perfume raro de intenso por do sol,
Repousando sobre manta dourada dos astros,
Leva consigo o dia em casta inocência.
Tudo em mim depende dos teus olhos
E todo o meu sangue corre no teu olhar.
Recebi da poetisa Helenita Duarte este inspirado comentário que funciona como criativa interação e por isso figura em destaque. Obrigado, amiga, pelo gentil gesto.
Por teus olhos, tão vivos, tão belos,
Sinto-me como as plumas no ar,
sinto a suave fragância de teus jardins,
envolvendo-me de corpo e alma,
assim, tão serena, tão sua;
Respiro o ar que nos alimenta nesse doce versar...
E embriago-me com o teu olhar!