HORAS AMARGAS
Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor]
Quantas horas sozinho
Buscando o meu amor
É triste viver sem carinho
Curtindo saudade e dor
Quantas noites insone
No quarto, só solidão
E esta dor que consome
Que vive em meu coração
As lembranças se esvaiem
Do amor antigo, que se acabou
Tênues recordações me vem
Pois ela nunca mais voltou
E este relógio que não para
Marca implacável o tempo
Vagaroso, como burros de cargas
Vai mostrando, só, horas amargas