LONGE DE TI...


Longe, tão longe,
Que o único que posso fazer,
É escrever para ti.
É te imaginar...
E imaginando-te eu me rendo me aprisiono,
E te sinto através do vento
Que não tarda, virá frio na chuva de outono...

Tão longe,
Que esta maldita lonjura,
Consome-me na loucura,
De apenas te imaginar...

Nos desejos que te chama,
Na saudade que te reclama
Na memória que te recria,
Nos beijos que não te dei um dia...

Queimando a minha vida,
Meus sete corpos sutis,
Numa pintura de Da Vinci,
Imortalizada na tela viva,
O coração arde em chamas!
Não há consolo sem ti...
Não há pintor que te pinte!

E sigo escrevendo-te
Palavras vivas,
Porem, mortas para ti,
Pela distância que nos separa.

Meu quarto,
Agora cheio de rascunhos,
Rabiscos, erros ortográficos,
Que dão o seu testemunho
Destes esforços monográficos.

Meus erros também te amam,
Meus medos também te adoram,
Meus lábios os teus reclamam,
Pelos teus olhos os meus choram.

No silencio frio de dar dó,
Na solidão de escrever só,
Contigo sempre dentro de mim,
Aprisionado pela tua existência,
Querendo vencer as reticências,
Que me afastam tanto de ti...



RAGAZZO