Quem dera as reticências fizessem a decência de descrever minha carência

Quem dera eu fosse um desses livros teus,

Sem todo o sofrer que é estar longe de você...

Quem dera a era eu fosse um desses livros teus.

Sem sintomas do doer, de capa dura pra proteger,

Quando você se ausenta mesmo sem querer...

Quem dera a era em que as reticências descrevessem de fato nossas essências, e tivessem a decência de descrever minha carência...

Quem dera a era que se escreve errado,

Por não ter dicionário e por ser ousado...

Não fazem agrados forçados... Mais aliviados...

Quem dera toda era seu sorriso ascender...

E dele nascer todo prazer,

Sem tanta verdade que advém da vaidade...

Quem dera a era de uma poesia que não precisa de rima,

Que pode escutar a palavra chegar pelo olhar...

Quem dera a era em que as reticências descrevessem de fato nossas essências, e tivessem a decência de descrever minha carência...

Quem dera a era: eu sempre ao seu lado,

Por que gosto de ficar calado, emocionado, aumentado, transbordado, amparado...

Amado*

Ramon Catarse
Enviado por Ramon Catarse em 18/01/2015
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