Oscarina

Nunca mais Oscarina eu vi sorrir

Como eu me cansava de ver

Na feira todo dia de manhã.

Não quer mais nem pensar em se distrair.

Só sabe agora é dizer:

Sem meu moreno, é fogo, minha irmã.

Eu custo a entender

Que ela seja infeliz.

O cara que ela passou a ter

É dono de hotéis em Paris.

Mas, enfim, o sorriso que ela traz

É pra disfarçar uma dor

E todo dissabor que isso faz.

Quanto a mim, eu não vou entender jamais

Como é que existe amargor

Se a gente tem de tudo e um pouco mais.

Rio, 21/01/1977