Pincelando o amor

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Não sei como se move

uma serpente no inverno

nem nunca estive em um trem

olhando por suas janelas

as florestas passarem

Não sei nada de longas viagens

nem de antigos segredos

O que será que sei?

- Sei amar...me entregar...

Sei que mesmo uma utopia

o amor

vai-se espraiando nas nuvens

cobrindo tudo com tons imortais

cores que somente os apaixonados

sabem pincelar...emoldurar

abrindo os braços quando se é pra abraçar

Não há como camuflar o amor

quando ele se veste de rosa

ou de vermelho rubro

dourado como o sol

prateado como a luz do luar

cheiroso como a verbena

doce como o mel...ou amargo como o fel

O amor é uma aquarela viva

que sibila como uma chama

estalando e luzindo fagulhas

em pontos luminosos

onde uma boa lenha o faz sempre criptar

mesmo...que se não houver nenhuma brasa

nenhum assopro pra reavivar

Amor é um estado de letargia

o querer sempre estar junto

na ternura do coração

tremulando quando florescer

qualquer sorriso...sentimento primeiro

ainda que... se nos arredores

circulem grandes ciúmes, intensos temporais

..o amor sempre resgata os perdidos

Infla feito um balão...explode como um rojão

penetra fundo na alma...

se acha uma faísca

distribuindo estrelas

toma, engole qualquer veneno

se o importante for apenas

- amar!!!

Como é bom o amor que não renuncia

nem se desencanta com a desilusão!

Não sei como se move a serpente no inverno

sei apenas que o amor me deixa perdida

na transparência da vida

no despertar da aurora boreal

Se amo...desejo...espreito

- já que o que quero é : ser feliz!!!

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 02/06/2007
Código do texto: T510519
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