Interpretação do amor

Marcos certo dia hesitou.

Preferiu manter-se calado

a ter que julgar todos os fatos.

Marcos certo dia repousou seus olhos

nos meus.

E eu podia jurar que tudo

fosse acabar.

Marcos, saiba que aqueles

marcos marcados ficaram

cravados em meu peito.

Nas ondulações das suas

notas tocadas,

ainda me perco.

Ainda fico destacada - atacada

pela música a mim direcionada.

Na doçura de sua voz,

entro em devaneio.

Vagueio por entre sua feição

e sua mão em minha direção.

Dos seus defeitos,

transformo-os em enfeites,

e trazem efeitos

em cada luta não dita - não vista.

Na curva do seu sorriso

uma ressalva: a delicadeza

se fez presente,

a lucidez me desabrigou,

na espreita observou.

No seu olhar observo cada

pensamento efêmero.

Duradouro.

Cada memória guardada.

Restaurada.

À espera de ser contada.

Cantada.

Na canção escolhida,

faço de conta que é poesia,

e nessa encenação apelo

pelo o que minha imaginação faz.

E fujo.

E corro.

Tecer elogios à sua pessoa,

seria como tomar para mim

todas as hipérboles do mundo,

e deixá-las na estante

tornando-se um zelo obrigatório.

Fiz desse amor a minha dor.

E memorizo cada detalhe teu,

para fazer de você o meu presente

mais singular.

Estranho não me cansar de escrever

sobre você.

Estranho ainda nutrir este sentimento.

Este amor.

LarissaRodrigues
Enviado por LarissaRodrigues em 15/01/2015
Código do texto: T5103084
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