Minha Eternidade Em Pedaços
Quando tu voltares
Já estarei aos pedaços
Caminhando pelos descaminhos
Entre pó, areias e espinhos
Estarei olhando o sol no entardecer
Esperando a dor me visitar
Olhando os bonsai que cultivo
Na esperança da eternidade
E as lágrimas sangrando
Mãos e pés atados
Coração em descompasso
No passo tardio e apressado
Talvez a mil por hora
Unindo os pedaços
Do que mais precioso eu tinha, ou tenho
Já não sei mais
Estou em tantos
Mas sou uma só
E em todos os chamados
Eu sempre estou só
Sete pedaços
Mil resultados
Em vários pedaços
Um Tangran de mim
Meus olhos mostrarão a triste cena de um dia
Que eu não ousaria ver novamente
É a triste lembrança dos meus dias
Que nada tem mais a oferecer
A não ser a dor dilacerada
Magoada por ela mesma
Fixada e adornada
De palavras bonitas e intenções não planejadas
E quando tu perceberes
Não há em mim um doublê sequer
Que me poupe das mágoas
Mas sei que nada é em vão.