SEM SEGREDOS...
Sozinho, como sempre, saí à procura
de um abrigo. Caminhei por tantos
recantos que perdi a conta, por diversas
vezes caí e me levantei com minhas esperanças...
Percorri paisagens diferentes sem segredos,
tão diferentes que mais pareciam pinturas que
indicavam a realização de todos os meus
desejos, embora em mim fosse visível um olhar vazio e
nos lábios um sorriso de criança...
Outras vezes encontrei veredas acolhedoras
que indicavam serem aconchegantes, mas depois
de algumas luas nelas sentia uma presença trêmula e
gelada delineando que ali nunca existiram flores...
Até que um dia encontrei um canto que achei
ideal, como cego coloquei tudo em seus lugares, aparei
as bordas daquilo que sobrava, e não senti a alma
vibrando louca nem ouvi o bater do meu coração
desesperado...
Paguei um preço alto demais por imposição
do fado até ser rejeitado e tudo foi conduzido
para o sumidouro, novo espaço, cicatrização de
chagas e..., continuo sozinho em meus caminhos...