Liberdade Ainda Que Tardia (A Morte do Poeta)
E a história se repete.
Neste ano que se inicia.
Aprisionado pelo amor negado.
Liberdade ainda que tardia.
Sinto-me preso, entrelaçado.
Na tua teia que me angustia.
Quiça teu amor de verdade fosse.
Liberdade ainda que tardia.
Vivo tempo em desespero intermináveis.
A escrever versos que te não convencia.
Suplicando teus beijos, teus abraços.
Liberdade ainda que tardia.
Tocar teu corpo inteiro com minha boca.
Envolver-te em meus infinitos delírios.
Não me evites, antes que eu morra.
Liberdade ainda que tardia.
E agora, que meu tempo se finda.
Moribundo eu na cama jazia.
Chorando diz que me ama e meu rosto acaricia.
Enfim liberdade, ainda que tardia.