Pela relva

Caminho na floresta do meu ser

no alvorecer da vida

ao anoitecer da alma

chego a alameda de meu coração

sentindo o frescor da brisa noturna

em cada coração

que alimenta o céu do outono.

Pela relva vou conversando

com as aves

e com os anjos

algo me diz

o que fazer deste momento

eu simplesmente digo:viver cada minuto sem contar o tempo.

Eram três da manhã

a chuva caía

eu lentamente abri a janela

e a gota caiu na minha testa

em forma de pedaços de chocolate

ou de algodão doce

eu já nem sabia

a alma cantava

simplesmente em harmonia

Cantava Beethoven ou Mozart

eu já nem sabia

pois era bela a maestria

com perfeita simetria

um dó

um ré

um mi

um fá

si

simplesmente eu não sabia

que na relva do amanhã

era a chegada do meu ponto final

o término da minha jornada

mais eu não sabia

que na relva do anoitecer

os corvos vinham beber

o meu sangue até a madrugada perecer

mais eu não sabia até quando eu estava sentindo

a brisa entrar pela minha alma

com a canção da não melancolia

mais eu não sabia

pois não conto o tempo

e sim faço a vida

germinar em cada coração triste

mais eu não sabia

que a relva acabaria

e a que fim cheguei

eu não sabia

simplesmente eu não sabia...

Conde Diego O Poeta
Enviado por Conde Diego O Poeta em 02/01/2015
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