O meu coração está frio!
Caminho pelas ruas.
Sem saber por onde vou.
Busco o meu Amor em cada rosto e,
Por todos os lados da cidade.
Os rostos estão cobertos com véus.
Véus que não permitem que eu enxergue.
Busco o encanto, encontro [desen]canto.
Todos os cantos relembram,
O meu amor roubado.
Busco você nas artes;
Escuto orquestras, violinos e cantos.
Olho entre todos, você não está.
Na tua procura estou congelando.
Meu corpo já não quer andar.
Volto para casa!
Olho pela janela.
A janela relembra sua partida.
A janela da minha morte!
Já não posso te tocar.
Não posso te dar as mãos.
Não consigo segurar em tuas mãos.
O meu coração está congelando.
Não posso tocar em tua face é dizer menina linda.
Porque o meu coração está frio.
Vejo os emaranhados das teias de aranhas na casa;
Elas contabilizam o tempo de sua partida.
Minhas mãos não conseguem levantar;
Já não tem sentido. Nada tem sentido.
Não tem sentido limpar esta casa e,
Adornar a mesa para brindar o nosso Amor.
Levanto meu olhar. Vejo as paredes sem fotografias.
Retirei, rasguei e apaguei nossas fotografias.
Traziam tristezas e saudades. Você já não está aqui.
Partiu e levou meu coração como bola vermelha,
Para brincar de aquecer corações: em controvérsias.
Tudo morreu, quando meu coração congelou.
Não tenho mais forças.
Não consigo levantar, escrever e mesmo falar.
Você deseja que eu fale de nós dois.
Eu não consigo falar.
Estou trancado dentro de mim.
Estou morto. Estou morto, morto, morto.
Faz tempo que morri, mas não sabia.
Percebi apenas com a sua chegada e ao recolher minhas mãos.
A morte não permite movimentos,
Nem mesmo os de caricias.
Queria dizer-te que foi bom.
Mas minha boca estou tamponada.
Nesta penúria ao meu lado ela,
A Morte: branca, incolor e fria.
Beija-me no rosto, nos lábios,
E deita-se ao meu lado buscando esfriar-me.
Nem ela reconhece que JÁ estou frio e MORTO.
Eu não posso te dar as mãos!