“INOCÊNCIA”
Teria o amor chegado ao coração
daquele pequeno ser, por aquela
que lhe exercia forte atração?...
Seus olhos jamais viram outra mais bela!...
Sem nem saber ao certo a razão
que lhe prendia cada vez mais próximo dela;
movido por forte impulso; emoção,
seu infantil sentimento, então lhe revela!...
Ah!...gostas de mim?...Qual foi a educação
que lhe deram teus pais?...Responde então
a pequenina, indignada...e o coração gela
do pequenino; arrependido de tal revelação
temendo que seu castigo fosse então
a cinta e a fúria daquele que por ela, zela!...
Porém, um dia chegou (e isto é natural)!...
Demora, mas chega sem que se tenha consciência...
Causando um arrepio, um arrepio sem igual,
no corpo todo...a adolescência!...
Que coisa estranha é esta?...Responde qual
é a razão desta força a qual não temos resistência...
Minha boca na tua!...Papai...não leva a mal;
porém, vê, eu cresci...perdoa a não obediência!...
Crescemos lado a lado...O puro e santo desejo carnal
chegou sem prévio aviso...entrega total!...
Repete, criança-adulto, de teu amor a existência...
Sem medo...meu pai nem desconfia desta atitude imoral;
é bom que ele pense que eu sou ainda igual
à menina de outrora...de pura inocência!...
(GERALDO COELHO ZACARIAS)