Morreu, mas passa bem

Perdido, estava

Num mundo que detestava

Onde tudo lhe ocorria errado

Era um infeliz, um pobre coitado

Na vida, nada conseguia

Do mundo, tudo queria

Mas dele pouco teve

Por esta Terra só andou, porque aqui tão só esteve

Não sentia nada no seu coração

Não havia nele o mínimo sentimento

Apesar de possuir tamanha compaixão

Sentia o fardo da vida, sentia o esmorecimento

Apesar de morto estar

Seu corpo continuava a se locomover

Era-lhe impossível amar

Tão entranhado estava o amor no seu ser

Então ele resolveu

Achara a solução do seu problema

Isolou-se num mundo seu

Passara a escrever poema

Ó triste escritor desgraçado

Com sua vida desperdiçada

Prosseguiu estupidamente com seu encargo até este poema escrever