Naquela porta
Havia um encanto naquela porta...
Te esperava a toda hora,
jurava e sonhava por anjos e deuses,
beijava o sol com esperanças de te ver
entrar e beijar-me enfim.
Tanto encanto.
Tardes inteiras,
modas e cafés,
pulsações descompassadas,
olhos atentos à tecnologia e ao acaso
na ânsia de ver teu sorriso recompensar
toda a espera.
Havia tanto encanto naquela porta...
Pois esperei de braços abertos
teus abraços, me dizendo que
o mundo desabara pela pureza do nosso amor,
que o fim de todas coisas era próximo
e que seríamos só nós dois.
Espera.
Esperas.
Espera, moça,
que ainda há encanto o suficiente
para te provar que meus encantos são teus.
Naquela porta.