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OLHARES
(Sócrates Di Lima)

MULHER
Levanta teus olhos dos lagos,
Que refletem à noite escura,
Deposite nos meus, teus afagos,
Na tua costumeira doçura...

Como nas noites em breus,
quero que teus olhos decansem,
Não os tirem dos meus,
Como se eles falassem.

E quando me olham com ternura,
Falam mais do que tuas vozes,
Abrem minh'alma em textura,
Deixam meus desejos vorazes.

Mulher...
repouse em mim teus olhares,
Deixem que me chamem sem pena,
não se importe com meus pesares.

E de onde tu estiveres,
Deixo meus olhos em ti,
Neles, minhas meninas se fazem mulheres,
delas, meus olhares te voam daqui.

Olha-me, assim, profundamente....
Atrevesse com eles a alma minha,
Pois teus olhares estão na minha mente,
Vigiando meu coração como sutil avezinha.

Mulher,
que de longe grita tanto me amar,
baixem dos céus, teus olhos em noites sem luas,
E façam dos meus olhos, o teu luar,
E ilumine em ti as nossas ruas.

Que teus olhares em gotas se derramem nos meus,
como chuva condensada em gotas de orvalhos,
para que os meus absorvam os teus,
e nossos olhares se fundam sem atalhos.

E nos olhares que teus olhos nos fazem verdades...
funda em um os nossos seres,
Enlouqueça minhas indomáveis vontades,
E com loucura de nós, vivamos nossos prazeres,

Olhares meus e teus,
como gotas de sonho em véus,
olhares de amor como os olhos de Zeus...
Do Olimpo, teus olhares de céus.
 

 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 22/12/2014
Reeditado em 29/01/2015
Código do texto: T5077627
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