Ah, o amor!
A inspiração é como notas de música que percorrem todo meu corpo e se concentram nas pontas de meus dedos
Há muito eu desconhecia como era me sentir desse modo
Horrivelmente surda a sinfonia de meu próprio ser, em uma existência vazia
Me prendendo em um casulo de dúvidas, em teias que me sufocavam junto a meus medos
O que seria da luz se não houvesse escuridão?
Nesse lugar vazio, tateando por um ponto de apoio, abri os olhos
Eis então que se tornou visível que estar alheia a tudo não era o melhor caminho
Enxerguei o mundo novamente e ouvi, dentro de mim, os ecos do meu coração
Dizem que é a tristeza que move o poeta
Que sua inspiração dolorosa faz nascer os mais sublimes versos
Porém, mal sabem estes. Que o que move o poeta é um sentimento mais tenro que a dor
Um acolhedor sentimento quente que envolve sua alma como um edredom em dias frios
É uma lareira acendida por uma pequena fagulha de esperança
Que vai acalentando todo teu ser e enchendo sua alma de sonhos
Aquele abrir de asas sublime, pronto para jogar-se de cabeça ao túmulo se preciso fosse
Eis que me perguntam do que falo, e por que falo e só tenho algo a dizer...
Falo com amor e por amor. Escrevo porque amo e de amor me derramo
Pois quão patética seria minha existência se não amasse
Se não sentisse no fundo de meu âmago esse néctar de vida
O remédio para uma alma machucada, o combustível para encarar a longa estrada
Amo porque vivo e de amor vivo
Se escrevo é porque esse sentimento guia minha mão
Envolve meus pensamentos com doçura
E transborda-me toda em inspiração. Ah, o amor...