Aliança (Bastos Tigre )
Aliança
Aliança, algema divina,
a mais doce das prisões;
uma prisão pequenina
que encerra dois corações.
Modesta jóia, em verdade,
porém que vale um tesouro:
é toda a felicidade
dentro de um círculo de ouro.
Na mão direita figura
como penhor de afeição;
mas é completa a ventura
se muda para a outra mão.
Rodinha frágil e fina
que mais parece um brinquedo;
com ela, qualquer menina
prende um rapaz pelo dedo.
Elo solto da corrente
que Deus forjou de amor puro
e que, através do presente,
liga o passado ao futuro.
Elo de ouro! És a esperança
de horas risonhas e calmas.
Felizes dos que, na aliança,
acham a aliança das almas.
Na velhice, lembra o enredo
dos sonhos da mocidade;
depois... duas num só dedo:
uma vive... outra é saudade...
Autor: Bastos Tigre (1882 - 1957)
Editado por: nicoladavid
Encontrei esta poesia e por recitá-la em minha infância,quis compasrtilhar com os leitores ,algo muito lindo