MEA-CULPA

Em toda a minha vida tive a impressão

de estar só, de faltar alguma coisa que

não sei explicar bem o que é, sei que pisei em um

terreno pragal, além do mais árido e cruel.

Talvez o culpado tenha sido eu mesmo que

deixei de sentir o aroma de cada manhã,

deixei de sentir a força da minha existência

e admirar o simples voo de uma borboleta.

Fui caminhando na estrada do tempo

e acabei esquecendo-se de ver a beleza

da flor miúda na sarjeta, o culpado

fui eu que vivi em nuvens de ilusão.

Tudo passará, mas não me perdoo

de não ter visto as coisas beleza que

ornaram a singeleza do meu existir,

a beleza de uma gota de orvalho

sobre uma pétala...

Depois de tantas primaveras, de

tantas chuvas de verão aqui estou,

procurando entender o inexplicável, quiçá

procurando o que não exista para poder

explicar a razão de não ter sido feliz.

Wil
Enviado por Wil em 17/12/2014
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