PUDERA

Pudera barrar esta tempestade

Que em revolto giro, tudo destrói

Pudera tirar este amor das minhas veias

Suportar esta dor que em demasia me dói

Pudera entrar neste redemoinho de sonhos

Girar feito louco, gravando sulcos no chão

Pudera espalhar os versos que componho

Em fragmentos do meu coração

Viajar para bem longe numa viajem só de ida

Levando comigo o que aos poucos me mata

E faz de mim, prisioneiro sem prisão

Embrenhar-me no lusco-fusco desta imensidão

Que é este amor que muito maltrata

E bem lá no fundo, também me dá vida.