À PROCURA

Entro pelos corredores,

vejo milhares de portas.

Todas ou a maioria

têm de ser abertas

para que eu possa ver

a razão da vida.

Ou apenas quartos vazios,

com camas desarrumadas.

Meus inimigos me mandam

cartas de congratulações

e pistas

para eu me perder

mais facilmente.

Às vezes, adentro os quartos

e descanso um pouco sobre

as camas desarrumadas.

E, ao descansar, cochilo

e, ao cochilar, sonho

com as outras portas

ainda não abertas.

Vejo pessoas,

mas, assim como eu,

elas seguem sozinhas

pelos mesmos corredores,

olhos fixos

como se fossem corredores

de uma maratona sem fim.

Corro tão rápido às vezes,

que chego até antes de mim.

Wanda Maia
Enviado por Wanda Maia em 30/05/2007
Código do texto: T506884